Temos o lugar certo para a pessoa certa?

 

Continua sendo a principal pergunta na cabeça dos gestores e dos profissionais de recrutamento: Como encontrar a pessoa certa, para o lugar certo? Mas como isso interage nos atuais modelos de gestão: de sucessão, de mudanças constantes e contínuas, de profissionais polivalentes, de estruturas matriciais e de competências?>

Para refletir:

Seria demais dizer que, se estamos na Era da Resiliência nos negócios, a pessoa certa hoje pode não ser amanhã?
Seria demais dizer que a pessoa certa é aquela capaz de mudar rapidamente e desenvolver o conhecimento necessário na mesma velocidade que as funções, competências e responsabilidades mudam, e assim a sua competência de hoje pode não ser a mais importante, mas sim a capacidade de desenvolver novas competências?
E podemos verdadeiramente dizer que temos o lugar certo para o profissional que desejamos?

Isso nos coloca: profissionais, gestores e empresários, no meio do desafio e risco constante de que pensar simplesmente em pessoa certa para o lugar certo é ver as pessoas e suas potencialidades de maneira limitada. As coisas mudam cada vez numa velocidade maior, as empresas e as pessoas precisam estar preparadas para isso. Aí podemos pensar: o que quer dizer encontrar a “pessoa certa”?

A necessidade hoje é encontrar pessoas flexíveis, ousadas, versáteis e velozes. O mercado exige que as empresas assim o sejam. E não há outra forma da empresa colocar-se no mercado, senão através das pessoas. São elas que vão imprimir estas características nos processos, gerando competitividade e diferencial para as organizações.

Aí o dilema é ter a maturidade de avaliar se eu tenho o lugar certo, para esta pessoa que me parece ser a certa. Ou seja, eu tenho que desafiar meu negócio e minha organização a ser o lugar certo, dar condição, gestão e liderança capaz de formar profissionais competentes, de ter processos e modelos de gestão profissional ao ponto de suportar profissionais em processo de mudança e evolução das competências e carreiras.

Aquele profissional que conhece a si mesmo está mais preparado para dar resultados pelas suas competências técnicas e comportamentais. Na prática, as empresas buscam pessoas que possam dar conta dos desafios atuais, com potencial para superações futuras. Se a organização tiver em seu quadro apenas “pessoas certas para os lugares certos”, diante de situações imprevistas, mudanças necessárias e que exijam respostas num menor espaço de tempo, certamente terá problemas. Assim, como a organização que somente pensa em encontrar pessoas certas sem se preocupar em “ser o lugar certo” e oferecer condições para estes bons profissionais construírem seus sucessos e satisfazerem seus desejos pessoais e profissionais, terá poucas “pessoas certas” à disposição.

Os processos seletivos, especialmente de executivos, devem dar especial atenção às competências comportamentais. Isso já não é novidade, mas certamente olhar para o seu negócio, sua gestão, sua cultura de forma crítica e evolutiva é talvez um dos grandes diferenciais para propor evolução constante “das pessoas certas” e dos “lugares certos”. O conhecimento técnico e ou de processos não garante a habilidade para gerenciar o período de mudança que a transição de gestão, tecnologia ou negócio traz consigo.

É muito mais importante compreender como este profissional lida com situações de mudança – e como conduz este período com sua equipe – e suas habilidades comportamentais, do que comprovar se há domínio técnico. É o comportamento do profissional que determina qual resultado ele entregará no curto, médio e longo prazo. E é olhando a gestão, o plano estratégico, as competências do negócio que poderá ser avaliado, na busca de profissionais e especialmente de executivos, se estamos oferecendo o “o lugar certo para o perfil ou pessoa certa que busco”.

A seleção é o início de todo um processo de adaptação e de relacionamento. Neste momento de contratação é importante que ambas as partes estejam cientes das expectativas e das perspectivas, para que não ocorram decepções futuras e o processo seja de parceria duradoura entre “pessoa certa e lugar certo”. E isso está longe de significar promessas de promoções e carreiras meteóricas. Significa a empresa estar ciente se os valores daquele profissional estão alinhados aos valores da organização, se os planos de desenvolvimento do profissional e de carreira estão alinhados com a estratégia do negócio, se as competências do profissional estão alinhadas e sustentam as competências do negócio.

Se as empresas buscam “pessoas certas” e naturalmente alinhadas ao negócio, que sustentem e promovam as suas estratégias, um caminho que contribui com o alinhamento de expectativas é a identificação das competências da empresa que retratam a estratégia do negócio e, a partir delas, as competências das pessoas, tanto humanas como funcionais.

Dessa forma, chega-se ao detalhe de qual comportamento espera-se de cada um. Os profissionais podem refletir sobre o que estão entregando efetivamente e as lideranças podem fazer uma gestão objetiva e focada no que realmente está relacionado à estratégia e à essência da empresa. Assim, pode-se medir além do quanto a pessoa entrega, olhando também o como ela entrega – com qual comportamento.

É necessário enxergar o desafio das lideranças como a capacidade de olhar os profissionais através de suas potencialidades e possibilidades, e não simplesmente de suas limitações. Entender melhor aquilo que o negócio e a gestão podem oferecer e o que se quer realmente das pessoas, e desta forma, fazer melhor a integração de “pessoas certas e lugares certos”.

É um processo de desenvolvimento, de evolução e de transformação inclusive do modelo de liderança e, principalmente, do modelo de gestão para se ter condições de alcançar as pessoas certas, atraí-las e retê-las.

Fonte: http:\\www.rh.com.br – Publicada em 22/11/2011

Postado em: 5 jun 2012 com 0 comentários e 4.067 visitas

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